sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Capítulo 2

  Era manhã de domingo. Acordei com o som da campanhia, estava apenas de blusa e calcinha e fui direto abrir a porta sem perceber que estava exposta. Mas não importava, era o Peter. Ao me ver, sua feição era de dúvida, ele não sabia ao certo se a minha cara era de sono ou de desanimo ao vê-lo, mas mesmo assim, ele continuou a ser o romântico cafona de sempre:
- Bom dia, flor do dia.
  Fiz um gesto para que entrasse sem dizer uma palavra. Entramos e fomos direto para o quarto. Ele se sentou na minha cama, cumprimentando a Callisto com carinhos enquanto eu ia ao banheiro escovar os dentes. Foi aí que ele começou a falar sem parar..
- Estava pensando em darmos uma volta no parque, comer alguma coisa, fazer algo juntos.
Com a boca cheia de pasta, eu apenas olhei para ele.
- Ontem eu não vi você ir embora. Te liguei à noite e ninguém atendeu, imaginei que estivesse dormindo e resolvi aparecer aqui agora...
  Enxuguei a boca e com a toalha na mão fui me secando e sentei ao seu lado. Ele me olhou como se esperasse uma resposta, foi aí que...
- O que você quer que eu diga sobre ontem?
Ele arregalou os olhos e não disse nada.
- Bom, eu estou feliz pelo Homem-Aranha, de verdade.
- Mary Jane, aquilo tudo não significou nada.
 E então, eu explodi. Eu explodi pois ele sabia que tínhamos que conversar sobre e eu tenho certeza que se eu não comentasse, passaria em branco.
- Eu não consegui acreditar que aquilo estava acontecendo! O beijo que marcou e iniciou tudo entre a gente estava sendo reproduzido e não era comigo. E você diz que não significou nada?
- Aquele beijo jamais terá profundidade e o sentimento que o nosso teve, foi apenas propaganda, nada mais que um mero merchan.
Sequei com a ponta dos dedos o canto da minha boca e continuei.
- Eu só tenho uma pergunta pra te fazer, Peter; Era você ou o Homem-Aranha que a beijou?
  Ele ficou calado. Eu não queria mais ouvir a voz dele naquele momento e tudo que fiz foi pedir para que ele fosse embora. Eu só queria terminar aquele dia que mal começou, sozinha. Aquele domingo já tinha acabado pra mim. Ele se levantou e foi. Involuntariamente eu joguei a toalha em direção a porta do quarto como um gesto de insatisfação. Eu o odiei por um momento. Ali fiquei, eu, meu misero ódio e a Callisto, subindo no meu colo como uma forma de consolo.

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